Com o mercado imobiliário em alta algumas pessoas começam a equacionar a compra de um imóvel para férias. Neste artigo analisaremos, do ponto de vista financeiro, a compra de um segundo imóvel com o objectivo de ser gozado durante os períodos de férias.
O principal argumento utilizado frequentemente contra a compra de um imóvel para férias é que os custos não compensam face ao tempo em que o imóvel será aproveitado. Ou seja, face ao investimento envolvido, os dias passados efectivamente no imóvel a usufruir deste, serão muito poucos. Se estivermos a falar de ter duas semanas de férias por ano, estaremos a considerar 14 dias, num ano inteiro, em que o imóvel é efectivamente utilizado. Todo o resto do ano este irá encontrar-se fechado, sem qualquer utilidade. No entanto, apesar disso, continuará com alguns custos fixos, como por exemplo o condomínio. Este argumento baseia-se em que a pessoa utilizará o imóvel poucos dias por ano, o que nem sempre é verdade. Pessoas reformadas, por exemplo, ou que consigam organizar a sua vida para passar mais tempo nesta segunda habitação já poderão não estar nas circunstâncias que são referidas atrás.
Devido ao motivo mencionado é de extrema importância a pessoa colocar esta questão a si mesma: quantos dias planeio passar no imóvel anualmente? A resposta a esta pergunta determina se se encontra nas condições que foram referidas nas quais o rácio custo/usufruto pode ser mais ou menos favorável.
Outro aspecto relevante a avaliar, na hora de ponderar a compra de um imóvel para férias, é quais os custos fixos envolvidos na aquisição desta segunda habitação. Necessita de um crédito, ou tem capitais próprios? O valor do condomínio é alto? A resposta a estas perguntas poderão dar-lhe pistas acerca da lógica financeira da aquisição. Regra geral, recorrendo a crédito, principalmente se já tiver outro referente à sua habitação principal, poderá ficar numa situação financeira muito sensível. Pagar todos os meses dois créditos à habitação pode ser um peso demasiado grande para muitas famílias. Adicionalmente, se considerar possíveis variações das taxas euribor, poderá ter uma bomba relógio nas mãos.
Um dos principais problemas nas famílias que enfrentam sérias dificuldades financeiras é o endividamento excessivo. No caso de contrair um segundo crédito para comprar uma segunda habitação poderá encontrar-se nesta situação de endividamento excessivo. Assim, se for o seu caso, recomendamos que pondere muito seriamente a situação e faça simulações de subidas de taxas euribor para saber, num cenário desfavorável, se o pagamento mensal da dívida é gerível.
Além de custos relacionados com um crédito haverá outros custos diversos que poderá ter de suportar. Por exemplo o condomínio, a mensalidade de um alarme (se está fora da habitação grande parte do tempo precisa de segurança...), o IMI, entre outros. Deve fazer uma lista destes custos e ponderar se, face ao usufruto que fará do imóvel, fazem sentido ou não.
A opção de rentabilização do imóvel enquanto está desocupado pode ser uma excelente forma de equilibrar e dar sentido financeiro ao seu investimento. Se arrendar o imóvel adquirido fora dos períodos em que não está a usufruir dele, poderá ajudar a pagar os seus custos fixos, bem como, até ter algum lucro. Esta acaba por ser uma estratégia seguida por muitos proprietários quando adquirem uma segunda habitação. Mesmo que alugue a um baixo preço durante apenas algumas semanas por ano, isto já pode ser suficiente para os ganhos cobrirem todos os custos anuais do imóvel. Não precisará de alugar de forma intensiva, caso pretenda também usufruir dele, mas alugar algumas semanas por ano podem tornar o seu investimento no imóvel para férias mais proveitoso. Não deixe, no entanto, de ter em conta os impostos provenientes dos rendimentos com alojamentos locais.
Adquirir um imóvel para férias é uma opção que algumas pessoas costumam equacionar nesta altura do ano. Quer por terem algum capital próprio disponível ou por gostarem de determinada zona do pais, algumas pessoas ponderam tomar esta decisão. Um dos principais factores a analisar é o rácio custo/usufruto que planeiam fazer do imóvel. Se planeia passar apenas 1 ou duas semanas por ano nele, poderá ser um custo demasiado elevado face ao usufruto que fará do imóvel. Por outro lado, se achar que tem condições para aproveitar o imóvel várias semanas, ou mesmo meses por ano, a situação já será diferente. Por fim deve também fazer o levantamento de todos os custos fixos envolvidos para além do custo de aquisição, antes de tomar a sua decisão final.